O processo de adaptação ao aparelho auditivo é essencial para o sucesso da reabilitação da audição. No caso dos idosos, as dificuldades podem se iniciar antes mesmo da utilização do aparelho, pela relutância em admitir que necessitam de ajuda.

Como em qualquer mudança, a adaptação requer um esforço inicial. Dessa forma, é importante buscar meios para conscientizar a pessoa sobre a importância do uso do dispositivo e as etapas desse processo, acompanhando-a e estimulando-a em cada passo.

Neste artigo, vamos comentar sobre o processo de adaptação e algumas ações que podem ser adotadas para auxiliar o idoso a se adaptar ao aparelho auditivo, a fim de obter êxito na reabilitação da audição. Acompanhe!

Como ocorre o processo de adaptação?

A adaptação não é instantânea — ela ocorre em etapas, de forma gradativa —, especialmente quando o paciente já tem uma perda auditiva não tratada há muito tempo, pois o cérebro necessita de tempo e estímulos para reaprender a ouvir os diferentes sons.

Por esse motivo, é preciso ter paciência e persistência com o idoso, pois, além de ter que se acostumar com a utilização do aparelho auditivo, é necessário realizar ajustes para que sejam atendidas às suas necessidades de audição.

Fases de adaptação

Na primeira fase de adaptação, é fundamental que o paciente faça um teste de aparelho auditivo, utilizando-o por um período de 3 a 7 dias, recebendo ajustes de acordo com as dificuldades relatadas pelo idoso.

A segunda etapa ocorre após 30 dias de uso, com o retorno do paciente ao fonoaudiólogo para avaliação, limpeza e regulagem do equipamento, quando necessário.

A próxima consulta deve ocorrer após 3 meses e, ao final do processo de adaptação, o paciente deve retornar ao médico para avaliação. A partir disso, as consultas de acompanhamento passam a ser de 6 em 6 meses, no máximo. Após 1 ano de reabilitação e em todos os acompanhamentos anuais, é realizado um novo exame de audiometria e definida nova conduta.

Como auxiliar o idoso na adaptação ao aparelho auditivo?

Auxiliar o idoso no processo de adaptação ao aparelho auditivo nem sempre é uma tarefa fácil, principalmente nos casos em que há uma grande relutância em iniciar o tratamento.

Entretanto, o dispositivo é fundamental para a melhoria da qualidade de vida da pessoa que sofre com a perda da audição. Dessa forma, todo esforço empreendido valerá a pena. Veja, a seguir, como ajudar o idoso nesse processo para que ele obtenha êxito na reabilitação auditiva!

Eleja um familiar para ajudar na comunicação

No início, é aconselhável eleger uma pessoa da família, ou, na falta dela, um cuidador, para manter um padrão e uma rotina de diálogo. Para tanto, é fundamental escolher um local silencioso e sentar-se de frente para o idoso para ajudá-lo na compreensão do diálogo.

Gradualmente, novos interlocutores podem ser incluídos na conversa. Com o tempo, essa comunicação deve ser estendida para ambientes com ruído, como restaurantes e shoppings.

Conte com a ajuda de um profissional

O acompanhamento de um fonoaudiólogo é imprescindível em todo o processo de adaptação para comparar exames, definir o tipo de aparelho adequado às necessidades do paciente e efetuar as regulagens necessárias.

O profissional trabalha aspectos de distinção de sons, localização sonora, memória auditiva, entre outras funções importantes na reabilitação da audição. Ele também explica como funciona o aparelho e os cuidados necessários para a sua manutenção.

Crie expectativas realistas

É importante explicar ao idoso que o cérebro demora de 3 a 6 meses para se adaptar às mudanças e responder aos estímulos sonoros de forma bem próxima à natural.

O paciente deve entender, ainda, que o processo de adaptação depende também de alguns fatores, como a gravidade e o tempo de perda auditiva, além da colaboração do próprio idoso.

Além disso, é importante salientar que o esforço realizado será recompensado com a melhoria da qualidade de vida, quando a adaptação estiver completa.

Garanta que o aparelho seja utilizado no mínimo 8 horas por dia

Quanto mais o aparelho for utilizado, mais rápido será o processo. Nesse sentido, se o idoso fizer uso do aparelho auditivo por apenas 3 a 5 horas por dia, o estímulo necessário para o cérebro reaprender a ouvir será menor e mais demorado.

Em geral, as pessoas que conseguem uma melhor adaptação costumam usar o dispositivo por, no mínimo, 8 horas diárias.

Fique atento às necessidades de ajustes

É preciso ficar atento às queixas do idoso — pode acontecer de alguma peça do aparelho auditivo machucar, de surgir um ruído irritante ou de haver dificuldade para ouvir em determinados ambientes. Veja, a seguir, as queixas mais comuns na fase da adaptação:

  • desconforto ao ouvir sons fortes;
  • percepção de barulhos no ambiente — refere-se a sons, como os do vento ou o tique-taque do relógio, que ficaram esquecidos com a perda da audição, mas que podem ser reaprendidos;
  • ruído de assobio que atrapalha o entendimento — é o feedback acústico, também chamado de retroalimentação ou microfonia que ocorre por vários motivos, um deles é quando o aparelho não está bem inserido;
  • sensação de oclusão — o paciente ouve sons com eco, inclusive a própria voz.

Dessa forma, é muito importante conversar com o idoso para entender quais são os incômodos, anotando todos os detalhes para informar ao fonoaudiólogo. Com base nessas informações, o profissional poderá indicar uma troca ou um ajuste no aparelho, garantindo que a adaptação prossiga.

Ajude o idoso a experimentar diferentes situações

Assim que o idoso apresentar sinais de que aprendeu a se comunicar em ambientes silenciosos, é preciso colocá-lo diariamente em situações de desafios para exercitar as respostas do cérebro aos estímulos sonoros.

Nesse sentido, mesmo que ele não compreenda boa parte das mensagens do noticiário na TV, é importante que continue assistindo à televisão para que se habitue às situações cotidianas.

Como vimos, o processo de adaptação ao uso do aparelho auditivo é fundamental para o sucesso da reabilitação auditiva do idoso. Para auxiliá-lo nas diversas etapas, podem ser adotadas algumas ações, como as que comentamos neste artigo, a fim de garantir a reaprendizagem dos sons e o sucesso no tratamento.

Este artigo foi útil para saber como auxiliar o idoso a se adaptar ao aparelho auditivo? Então, leia também um conteúdo do nosso blog que comenta sobre o cuidador de idosos, com tudo que você precisa saber antes de contratar esse serviço!

0 comentários

Enviar um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.

M

Onde você está?

Dessa forma você terá acesso aos produtos e serviços da sua região.

M

Localizando...

Unidade mais próxima

Agendar Teste Gratuito